MSF em Roraima
O estado de Roraima é a principal porta de entrada no Brasil para venezuelanos que fogem da crise econômica, política e social em seu país. Cerca de 600 pessoas cruzam a fronteira todos os dias. Desde outubro de 2018, Médicos Sem Fronteiras (MSF) oferece suporte psicossocial e atividades de promoção de saúde sensibilização da comunidade no estado. Em julho de 2019, também começaram a ser realizadas consultas médicas.
As necessidades de atendimento médico não são poucas e o sistema de saúde pública de Roraima, que já enfrentava dificuldades, viu-se ainda mais sobrecarregado. Por isso, médicos de MSF atuam em postos de saúde públicos, atendendo brasileiros e venezuelanos. Os casos mais frequentes que recebemos, como os de diarreia, estão ligados às más condições de vida de muitos dos migrantes. Nos abrigos e para aqueles que vivem nas ruas, também realizamos testes de diagnóstico rápido para malária, que é endêmica na região. Esses exames agora passaram a ser realizados pela própria comunidade.
Nos atendimentos focados em saúde mental, além de sessões de psicoterapia individuais e em grupo, a equipe de psicólogos de MSF realiza encontros com crianças e adolescentes com um projeto baseado em três pilares: identidade, família e autoestima; inclusão e pertencimento; e proteção e ferramentas contra abuso. No abrigo de migrantes indígenas de Boa Vista, onde as condições sanitárias não eram adequadas, uma equipe de água e saneamento trabalhou na elaboração de melhorias das instalações e da disponibilidade de pontos de água para consumo. As obras correspondentes foram assumidas pela Operação Acolhida.
Em 2020, entendendo a crescente necessidade de assistência para os migrantes, MSF pretende aumentar a oferta de atendimento, inclusive fora das unidades de saúde, indo com profissionais aos locais onde vivem os migrantes.