Mesmo para uma organização como Médicos Sem Fronteiras (MSF), que tem no combate a epidemias uma de suas tarefas centrais, a COVID-19 representa um desafio duplo sem precedentes: responder à pandemia enquanto mantém seus projetos regulares em mais de 70 países.

MSF tem respondido a uma demanda incessante por recursos materiais e humanos e busca estar nos lugares onde as carências são mais urgentes. O Brasil e a Índia foram atingidos fortemente pela pandemia, enquanto a Etiópia enfrenta uma grave crise humanitária.

Brasil  

Atualmente, MSF está fazendo  sua maior operação já realizada no Brasil. Desde abril do ano passado, a resposta à COVID-19  mobilizou centenas de nossos profissionais, com a passagem de equipes por dez estados brasileiros. O foco principal tem sido o atendimento de populações vulneráveis e o apoio a sistemas de saúde frágeis, abalados pela sobrecarga causada pela doença. 

Desde o início deste ano, nosso trabalho está concentrado na região Norte. Atuamos no Amazonas durante o segundo colapso do sistema de saúde local, em janeiro, reforçando atendimentos médicos e oferecendo apoio psicológico a profissionais de saúde em Manaus, São Gabriel da Cachoeira e Tefé.

Também trabalhamos no estado de Rondônia, em Porto Velho e em Ji-Paraná, com suporte a hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Em razão do forte aumento de casos da doença da falta de leitos em hospitais, as UPAs tiveram de acolher, de modo improvisado, pacientes em estado grave. 
As atividades de nosso projeto em Boa Vista, Roraima, também prosseguem, com atenção à possibilidade de aumento de casos de COVID-19. MSF tem avaliado continuamente a situação em várias localidades para iniciar rapidamente ações de contenção da doença, caso necessário.  

Índia  

A segunda onda da COVID-19, que teve início em abril, está atingindo níveis extremamente alarmantes na Índia, e MSF atua para auxiliar o sobrecarregado sistema de saúde local. No fim de abril, ampliamos nossas atividades em Mumbai, no estado de Maharashtra, enviando médicos, enfermeiros, anestesistas e psicólogos em apoio ao Hospital BKC, com 2 mil leitos para pacientes de COVID-19. Também mantivemos o atendimento a 950 pacientes com tuberculose resistente no Hospital Shatabdi e outros 114 na Clínica Independente MSF. Reiniciamos nossas atividades de promoção de saúde, tratamento de água e saneamento no distrito M-East Ward (MEW) e de conscientização sobre prevenção e controle de infecções, com distribuição de kits de higiene, inclusive máscaras. 

Etiópia 

Após os combates que eclodiram na região de Tigré, no norte da Etiópia, em novembro de 2020, mais de 60 mil etíopes caminharam para cruzar o rio Tekeze e entrar no Sudão como refugiados. A violência obrigou os cidadãos a abandonar as suas casas. Tanto os refugiados quanto os deslocados internos estão enfrentando falta de comida, água e abrigo adequado. Muitas unidades de saúde foram atacadas e saqueadas, deixando os pacientes praticamente sem acesso a cuidados médicos. Equipes de MSF estão trabalhando em ambos os lados da fronteira, prestando assistência tanto aos refugiados no Sudão quanto às comunidades deslocadas e anfitriãs em Tigré, na Etiópia. 

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