No mundo, cerca de 71 milhões de pessoas têm hepatite C crônica, grande parte delas sem acesso a tratamento. Estima-se que 700 mil pessoas vivam com a doença no Brasil. Em setembro de 2018, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu à empresa farmacêutica Gilead a patente do sofosbuvir, um dos principais e mais eficazes medicamentos contra a hepatite C. Isso aumentará seu preço e dificultará ainda mais o acesso ao tratamento no país. MSF trata pessoas com hepatite C em 11 países e vem usando esse medicamento, que em 95% dos casos leva à cura. Até o momento, a única alternativa eficaz é o transplante de fígado. Por isso, MSF defende que o governo brasileiro emita uma licença para a fabricação de genéricos do sofosbuvir. O objetivo é baratear o preço total do tratamento vendido pela Gilead, que hoje é cerca de 4.200 dólares (mais de 16 mil reais). O Ministério da Saúde estabeleceu como meta a erradicação da hepatite C até 2030, mas, com preços elevados e acesso restrito ao tratamento, alcançar essa marca se tornará distante no Brasil.