Convivendo com a violência na República Democrática do Congo

Em agosto de 2016, uma tensão local na região da Grande Kasai se transformou em um conflito generalizado. Milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas depois de vilarejos inteiros serem incendiados; instalações de saúde, destruídas; e a oferta de ajuda humanitária ser drasticamente reduzida por causa do bloqueio do acesso a diversas áreas

Gêmeos desnutridos de 17 meses trazidos para o centro de saúde de Ditekemena por seus avós. Foto: Marta Soszynska/MSF

Apesar de o número de incidentes violentos nos últimos meses ter diminuído, ainda há muitas necessidades médicas e humanitárias não atendidas. A situação é particularmente preocupante nas zonas rurais, com o retorno de parte da população depois de um ano escondida em florestas próximas, exposta a doenças e com pouco acesso a alimentos.

O Dr. Alex Kapuku Muanza e o Dr. Juan Diaz se preparam para uma cirurgia no centro de saúde de Ditekemena. Foto: Marta Soszynska/MSF

Desde outubro de 2017, as equipes de MSF têm atendido a diversos casos de desnutrição entre crianças, sobretudo nos povoados mais afetados pela violência. As pessoas que retornaram a Kasai estão tendo de lidar por contra própria com a reconstrução de suas casas e a retomada de suas lavouras, mesmo com sua renda tendo sido afetada pela fuga repentina.

Mães e crianças que esperam na frente do centro de saúde de Mayi Munene para serem tratadas por desnutrição.Foto: Marta Soszynska/MSF

A amenização do conflito não impediu que milhares de pessoas continuassem deslocadas, enquanto mais de 30 mil se refugiaram em Angola. “Outras organizações precisam oferecer assistência nas zonas rurais. A resposta dada à situação foi lenta e insignificante demais para uma crise dessa magnitude”, disse Gabriel Sánchez, responsável pelas operações de emergência de MSF em Kasai.

Jean Paul Buana, enfermeiro e diretor do centro de saúde Mayi Munene, examina o dano ao centro.Foto: Marta Soszynska/MSF

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