BRASIL

Primeiro projeto de MSF no país em 1991

6.490 consultas ambulatoriais
1.080 pacientes internados por COVID-19

O enorme impacto da pandemia de COVID-19 no Brasil motivou a realização da maior operação de Médicos Sem Fronteiras (MSF) até hoje no país.

O Brasil foi o segundo país mais afetado pela COVID-19 no mundo em 2020 em números absolutos de mortes. Centenas de funcionários de MSF, a maioria brasileiros, atuaram na resposta à crise.

Em 2020, tivemos projetos em sete estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Roraima, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás). Além da intensa atividade de campo, trabalhamos para enfatizar para a população a importância das medidas da higiene e do distanciamento físico.

NO SUDESTE DO PAÍS
Grupos vulneráveis muito atingidos pela pandemia, como pessoas em situação de rua, migrantes e refugiados e comunidades indígenas, que têm pouco acesso ao sistema público de saúde, foram o foco inicial das equipes de MSF. Começamos a atender à população em situação de rua em São Paulo no dia 1º de abril e, pouco depois, no Rio de Janeiro.

Com a crescente demanda, começamos a trabalhar, em parceria com autoridades locais, em centros de isolamento no centro de São Paulo. Essas instalações deram aos desabrigados que contraíram o vírus um lugar seguro para ficar enquanto se recuperavam.

Mais tarde, reforçamos a capacidade de tratamento de doentes críticos na unidade de terapia intensiva do hospital Tide Setúbal, na periferia leste de São Paulo. Além disso, realizamos um trabalho abrangente de promoção de saúde, rastreamento e testagem de contatos nos bairros Jardim Keralux e Jardim Lapena. No último trimestre, lançamos um projeto de cuidados paliativos no mesmo hospital.

NO NORTE DO BRASIL
À medida que a pandemia se propagava, começaram a aparecer sinais de saturação; os hospitais ficaram superlotados e a demanda por tratamentos mais complexos cresceu, exigindo cuidados intensivos. O primeiro lugar a vivenciar os trágicos efeitos do primeiro colapso de seu sistema de saúde, entre abril e maio de 2020, foi Manaus, a capital do estado do Amazonas, que já sofria com a falta de recursos médicos antes do início da COVID-19. Com o surgimento de novos casos na cidade, os hospitais foram incapazes de atender à crescente demanda por leitos em unidades de terapia intensiva.

No fim de maio, MSF aumentou a capacidade do sistema de saúde de Manaus, administrando 48 leitos para pacientes graves no Hospital 28 de Agosto. Nossas equipes apoiaram unidades de saúde em duas outras localidades do estado, Tefé e São Gabriel da Cachoeira.

A crise da COVID-19 também afetou Roraima. MSF tem trabalhado no estado desde 2018, para apoiar o frágil sistema de saúde, que foi ainda mais pressionado pela chegada de um grande afluxo de migrantes venezuelanos. Quando o sistema de saúde local ficou sobrecarregado, MSF forneceu diversos treinamentos e disponibilizou profissionais de saúde para o hospital de campanha, construído por autoridades locais para pacientes de COVID-19.

REGIÃO CENTRO-OESTE
No estado de Mato Grosso do Sul, realizamos atividades específicas para a comunidade indígena, incluindo triagem, atendimento médico, promoção de saúde e melhoria do abastecimento de água. Apoiamos o hospital regional da cidade de Aquidauana, fortalecendo protocolos e medidas de prevenção e controle de infecções. Também prestamos assistência médica a internos e funcionários de duas penitenciárias da cidade de Corumbá. Além disso, treinamos profissionais de saúde em Goiás e Mato Grosso.

No final de 2020, continuamos a monitorar a propagação do vírus. Retornamos para Tefé e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, após um repentino aumento de casos e mortes. Até o período, não foi possível visualizar um padrão claro para a trajetória da pandemia no Brasil, mas permanecemos atentos para responder às mudanças enquanto tentamos aplicar as lições aprendidas durante o ano.

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